O ouro será um fator decisivo para a China, pois o país busca reforçar a posição internacional do yuan e continua a avançar em seus planos de comprar petróleo da Arábia Saudita.

No início de dezembro, durante uma visita à Arábia Saudita, o presidente chinês, Xi Jinping, pediu aos líderes do maior país exportador de petróleo que aceitassem o yuan por petróleo enquanto os dois países buscam fortalecer seus laços geopolíticos.

O príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman chamou as negociações de uma "nova fase histórica nas relações com a China".

Se a Arábia Saudita começar a negociar petróleo em yuan, isso criará um incentivo adicional para a moeda chinesa, aproximando-a de atingir a massa crítica no nível internacional.

O ouro é um fator importante no desenvolvimento do sistema petro-yuan.

Um petro-yuan lastreado em ouro não requer conversibilidade total do renminbi para funcionar, permitindo que a China mantenha o controle de sua conta de capital e estimule a internacionalização do yuan.

O apoio ao comércio de petróleo em yuan com ouro desempenhará um papel importante na construção do sistema petro-yuan.

A conversibilidade do yuan em ouro efetivamente transforma a moeda em um ativo de investimento global para detentores de renminbi estrangeiros, aumentando sua confiança e demanda pela moeda chinesa.

Em dezembro passado, a China comprou 30 toneladas de ouro. Um mês antes, eles já haviam comprado cerca de 32 toneladas. Esta foi a primeira compra registrada oficialmente desde setembro de 2019. As reservas de ouro da China atualmente são de 2.010 toneladas.

Analistas do banco francês disseram que a China já fez progressos estratégicos nos mercados de câmbio globais, uma vez que busca enfraquecer a posição do dólar americano como moeda de reserva mundial.

Eles observaram que, devido às sanções econômicas ocidentais, principalmente dos EUA, a Rússia adotou o CIPS (O Sistema de Pagamentos Interbancários Transfronteiriços) da China para suas transações de petróleo, contornando o sistema de pagamento global SWIFT (Sociedade para as Telecomunicações Financeiras Interbancárias Mundiais), dominado pelo dólar americano.

Países como Irã, Venezuela e Indonésia atualmente liquidam algumas de suas transações de petróleo em yuan.

O volume de comércio e a capacidade de usar o yuan para pagamentos internacionais podem crescer à medida que mais países diversificam para evitar o risco associado ao dólar americano. Este evento pode eventualmente desafiar o sistema financeiro global baseado no dólar dos EUA, já que o status e a importância do dólar são amplamente baseados nos mercados de energia e commodities.