O par EUR/USD passou a maior parte da quarta-feira praticamente estagnado. Mesmo no gráfico, fica evidente que a volatilidade recente está baixa e continua diminuindo. Curiosamente, isso ocorre em um momento em que, à primeira vista, o dólar deveria estar despencando. No entanto, o mercado não demonstra pressa em abandoná-lo. Para quem se esqueceu, o dólar vem se fortalecendo contra o euro há 16 anos — algo claramente visível no gráfico mensal. Como já mencionado, romper uma tendência tão consolidada exige razões mais substanciais do que as tarifas impostas por Trump. Além disso, a tendência de baixa no gráfico diário começou há seis meses, e o atual movimento de valorização do euro — por mais intenso que pareça — ainda configura apenas uma correção dentro dessa tendência de longo prazo.

Agora, vamos avaliar a magnitude e a consistência da queda do dólar. A maior parte do recuo ocorreu em apenas três dias — 3, 4 e 5 de março — quando a moeda perdeu 400 pips. Fora essa "tempestade", o dólar caiu apenas 360 pips ao longo de três meses de correção, em comparação com uma alta anterior de 1.040 pips. A primeira conclusão é clara: sem as tarifas de Trump, essa correção dificilmente teria sido tão acentuada.

Também é válido questionar até que ponto essa queda foi justificada. Sem dúvida, as tarifas de Trump terão impactos negativos na economia dos EUA, mas seus efeitos se estenderão também às economias europeia, britânica e global. Então, com o que exatamente os traders estão preocupados? A economia americana segue crescendo a um ritmo estável de 2% a 3% ao trimestre, enquanto a economia europeia avança apenas 0,1% a 0,3% — quando não está estagnada. Se a Europa desacelera, entra em recessão. Se os EUA desaceleram, é apenas um período de estagnação.

Dessa forma, embora o mercado tenha reagido às políticas agressivas e protecionistas de Trump, qual é a justificativa atual para seguir vendendo o dólar? Além disso, o Banco Central Europeu vem cortando juros em todas as reuniões desde o verão passado, enquanto o Federal Reserve reduziu as taxas apenas quatro vezes e pode fazer uma pausa em 2025. Isso se torna ainda mais provável, já que as medidas de Trump tendem a estimular a inflação globalmente. Atualmente, a inflação na zona do euro está em 2,2%, enquanto nos EUA está em 2,8%. Ou seja, uma análise básica sugere que o BCE pode continuar flexibilizando sua política monetária, enquanto o Fed precisará manter os juros para evitar uma nova alta inflacionária — que, se agravada, exigiria aumentos de taxas. Mas como subir os juros se a economia americana pode desacelerar no próximo ano?

No geral, seguimos acreditando que o dólar tem maior potencial de valorização em 2025, enquanto o euro ainda carece de fundamentos sólidos para sustentar uma tendência de alta no longo prazo.

A volatilidade média do par EUR/USD nos últimos cinco dias de negociação (a partir de 3 de abril) é de 78 pips, um nível considerado "moderado". Para esta quinta-feira, esperamos que o par oscile dentro da faixa de 1,0774 a 1,0930. Embora o canal de regressão de longo prazo tenha se inclinado para cima, a tendência de baixa mais ampla continua intacta, conforme indicado em prazos mais longos. Além disso, o indicador CCI não entrou recentemente em território de sobrecompra ou sobrevenda.

Níveis de suporte mais próximos:

S1 – 1.0742

S2 – 1.0620

S3 – 1.0498

Níveis de resistência mais próximos:

R1 – 1.0864

R2 – 1.0986

Recomendações de negociação:

O par EUR/USD segue em movimento corretivo. Há meses mantemos a perspectiva de uma queda de médio prazo para o euro, e essa visão permanece inalterada. No atual cenário, o dólar ainda não tem fundamentos sólidos para uma desvalorização sustentada — exceto pelo fator Donald Trump. No entanto, sua influência pode ser suficiente para pressionar a moeda americana, especialmente considerando que a maioria dos outros fatores vem sendo amplamente ignorada.

As posições vendidas continuam mais atrativas, com alvos em 1,0315 e 1,0254, embora ainda seja incerto se a alta impulsionada por Trump já perdeu força. Para traders que operam com base em critérios técnicos, posições compradas podem ser consideradas caso o preço se mantenha acima da média móvel, com alvos em 1,0864 e 1,0930.

Explicações das ilustrações:

• Os canais de regressão linear ajudam a determinar a tendência atual. Se ambos os canais estiverem alinhados, isso indica uma forte tendência.
• A linha de média móvel (configurações: 20,0, suavizada) define a tendência de curto prazo e orienta a direção da negociação.
• Os níveis de Murray funcionam como níveis-alvo para movimentos e correções.
• Os níveis de volatilidade (linhas vermelhas) representam a faixa de preço provável para o par nas próximas 24 horas com base nas leituras de volatilidade atuais.
• Indicador CCI: Se entrar na região de sobrevenda (abaixo de -250) ou na região de sobrecompra (acima de +250), ele sinaliza uma iminente reversão de tendência na direção oposta.